VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: 3 TIPOS
Introdução
A violência obstétrica é um tema que precisa ser discutido e compreendido por todos, especialmente pelas mulheres que estão passando pela experiência da gestação, do parto e do pós-parto. Muitas vezes, essa violência não é facilmente identificada, pois pode se manifestar de diversas formas, causando danos físicos e emocionais profundos. Neste artigo, vamos explorar os três principais tipos de violência obstétrica: física, verbal e psicológica, e entender como você pode reconhecer e se proteger contra essas práticas abusivas.
O Que é Violência Obstétrica?
A violência obstétrica refere-se a qualquer ato, conduta ou procedimento que cause dor desnecessária, constrangimento ou humilhação à mulher durante o período gestacional, o parto ou o pós-parto. É uma violação dos direitos humanos, que afeta diretamente a dignidade, a saúde física e mental das mulheres.
1. Violência Obstétrica Física
A violência obstétrica física é talvez a mais visível e, infelizmente, ainda bastante comum em muitas instituições de saúde. Ela ocorre quando procedimentos médicos são realizados de maneira abusiva, sem necessidade ou sem o consentimento da paciente, causando dor e sofrimento desnecessário.
Exemplos Comuns:
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Episiotomia Sem Consentimento: Corte realizado na região do períneo durante o parto, sem necessidade real ou sem o consentimento da mulher.
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Manobra de Kristeller: Pressão no fundo do útero para acelerar o parto, uma prática desaconselhada por especialistas por ser dolorosa e potencialmente perigosa.
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Parto Forçado: Uso de técnicas como fórceps ou vácuo extrator de forma brusca, sem explicar ou pedir consentimento à mulher.
2. Violência Obstétrica Verbal
A violência obstétrica verbal ocorre quando a mulher é sujeita a comentários ofensivos, humilhações ou desrespeito durante o atendimento. Esses abusos verbais podem causar danos psicológicos graves, afetando a experiência do parto e a recuperação pós-parto.
Exemplos Comuns:
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Humilhação: Comentários como “Na hora de fazer, não gritou”, “Pare de gritar, está assustando as outras” são exemplos de frases que desrespeitam e minimizam o sofrimento da mulher.
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Desinformação: Informações erradas ou omissão de informações importantes, impedindo a mulher de tomar decisões informadas sobre seu próprio corpo e saúde.
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Coação: Forçar a mulher a tomar decisões sem lhe dar alternativas ou tempo para pensar, como induzir um parto sem necessidade.
3. Violência Obstétrica Psicológica
A violência psicológica é mais sutil, mas não menos danosa. Ela se manifesta através de atitudes que desconsideram as vontades e sentimentos da mulher, afetando sua autoestima e sua capacidade de tomar decisões durante o processo do parto.
Exemplos Comuns:
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Desrespeito à Autonomia: Ignorar ou desconsiderar as preferências da mulher para o parto, como a escolha de posições para o parto ou o desejo de ter um acompanhante.
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Negligência Emocional: Falta de apoio emocional, não fornecer informações claras sobre o que está acontecendo ou sobre o estado de saúde da mulher e do bebê.
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Imposição de Medo: Usar o medo como uma forma de controle, sugerindo que a mulher está colocando em risco sua vida ou a do bebê se não seguir as ordens dos profissionais.
Como Reconhecer e Lidar com a Violência Obstétrica
O que define a violência obstétrica não é apenas o procedimento realizado, mas a maneira como ele é executado. Se você sentir que foi tratada com desrespeito, que foi submetida a um procedimento sem o devido consentimento, ou que sofreu dor, constrangimento ou humilhação desnecessária, é provável que tenha sido vítima de violência obstétrica.
Dicas para se Proteger:
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Informe-se: Conheça seus direitos e as práticas seguras recomendadas para o parto.
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Plano de Parto: Elabore um plano de parto detalhado e discuta com sua equipe de saúde.
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Tenha Acompanhantes: Exija o direito de ter um acompanhante durante o parto, alguém que possa apoiar e defender suas vontades.
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Denuncie: Se você sentir que foi vítima de violência obstétrica, denuncie. Existem diversos canais para isso, como o hospital, secretarias de saúde, conselhos de classe (CRM e COREN), e serviços como o Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher).
Conclusão
A violência obstétrica é uma grave violação dos direitos humanos das mulheres, que precisa ser combatida com informação, empoderamento e denúncia. Se você ou alguém que você conhece passou por uma situação de violência obstétrica, saiba que não está sozinha. Denunciar esses atos é fundamental para garantir que outras mulheres não passem pelo mesmo sofrimento.
Salve, compartilhe e comente esta informação para ajudar mais mulheres a conhecerem e garantirem seus direitos. E, se precisar, procure a orientação de um advogado especializado para te auxiliar a tomar as medidas necessárias.